26 fevereiro, 2007

estou desde quatro e meia da manhã debruçado sobre o word finalizando o texto que será lido e comentado hoje na comissão de ética e estética da qual me desliguei esses dias. não por nada de especial como pode parecer, mas porque resolvi dar um basta a esses encontros que pretendem discutir idéias e saberes. quando eu trabalhava na multirio tinha que ir a muitos... era um saco.

agora estou independente, falo só com quem eu quero falar (quase ninguém). a rapaziada que trabalha mais próxima a mim fez lá as suas considerações para que eu mudasse de opinião. bobagem. forneci a eles, generosamente, esses meus espaços aqui na rede onde publico eventualmente alguma coisa do interesse deles.

como o exemplo da mudança na cor da gelatina de fundo do cenário da larissa que foi provocado por uma menina, aspirante a estagiária. recebi hoje outro e.mail seu, ainda assustado com a repercussão da minha atitude... tem uma corrente lá que é contra mudanças e, no máximo, aceitaria uma guinada minha, sozinho, jamais influenciado por uma menina que não sabe nada.

pois quebraram a cara. já faz muito tempo que desci do pedestal, olimpo onde apenas eu sei exatamente o que é melhor nessa área. não... eu quero que todo mundo dê palpite, todo mundo fale à vontade. mas é claro também que não sou um assembleísta, ao contrário, um ditador.
essa história da minha atração pela ditadura sofreu muitos reveses e mudanças ao longo dos anos. antes, eu escolhia até a cor da calcinha que a minha mulher tinha que usar..rs

depois, fiquei tirano no trabalho o que me rendeu uma quantidade tão grande, uma lista tão comprida de inimigos que hoje me valho apenas do meu talento, que não é pouco, mas nunca da cooperação de outros no processo criativo. agora estou num meio termo: não me dou com todo mundo, falo com poucos e ouço ninguém... daí o susto com a aceitação da proposta da menina. só que ela tinha razão e eu não sou burro.
ou por outra: um espaço constante para uso e aplicações, uma bula. poderia fazer por e.mail, mas ele é fugaz. parece então a maneira de estar sempre nu, com as roupas adequadas ao isolamento, que seja. mas onde não fiquem dúvidas como que mediado por um psicanalista-deus, desses que não permitem que nada passe.
não vai com isso mudar nada. o que tinha para mudar já mudou e já dei a volta ao mundo -meu - mais de uma vez. agora está sedimentado: eu sou o recorte no monitor onde se debatem idéias ou não, onde apenas eu fico falando sozinho para um leitor inexiste como um dramaturgo louco.
a coisa toda surgiu assim, como eu disse aí ao lado. foi a necessidade de mostrar que estou do outro lado, que não sou eu e sim outro, o Sobretudo, quem realmente conta lá suas historinhas.